quarta-feira, 26 de maio de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Trecho da poesia : A arte de ser avó

Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. É, como dizem os ingleses, um ato de Deus. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo...

Raquel de Queiróz

sexta-feira, 21 de maio de 2010


Hoje minha neta Ana Lívia completa dois aninhos. Estou muito feliz e agradeço a Deus por ela ter vindo saudável e lindinha, do jeito que imaginei. Ela é uma princesinha e encanta a todos com sua meiguice e simpatia. Parabéns e mil cheirinhos da avó que te ama de paixão.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pessoas são presente

Vamos falar de gente, de pessoas.
Existe acaso, algo mais espetacular do que gente?
Pessoas são presentes.
Algumas vêm em embrulho bonito, como presente de Natal, Páscoa ou Festa de Aniversário.
Outras vêm em embalagem comum.
E há as que ficaram machucadas no correio…
De vez em quando chega uma registrada.
São presentes valiosos.
Algumas trazem invólucros fáceis.
De outras é dificílimo quase impossível, tirar a embalagem.
É fita durex que não acaba mais…
Mas… a embalagem não é presente.
E tantas se enganam confundindo a embalagem com o presente!
Por que será que alguns presentes são tão complicados para agente abrir?
Talvez porque dentro da bonita embalagem haja muito pouco valor e bastante vazio, bastante solidão.
A decepção seria grande.
Também você amigo(a).
Também eu, somos um presente para os outros.
Você para mim, eu para você.
E quando existe verdadeiro encontro com alguém, no diálogo, na abertura, na fraternidade, deixamos de ser mera embalagem e passamos a categorias de reais presentes.
Nos verdadeiros encontros de fraternidade acontece alguma coisa muito comovente e essencial: mutuamente nós vamos desembrulhando, desempacotando, revelando; no bom sentido, é claro, o que há dentro de nós.
Você já experimentou essa imensa alegria na vida?
A alegria profunda que nasce no recôndito da alma, quando duas pessoas se encontram, se comunicam virando presente uma para outra?
Conteúdo interno é o segredo para quem deseja tornar-se presente aos irmãos da estrada e não apenas embalagem…
A verdadeira alegria, que a gente sente e não consegue descrever, só nasce no verdadeiro ENCONTRO COM ALGUÉM.

Autor: R. Soheneider

sexta-feira, 14 de maio de 2010



Uma pessoa muito especial

O dia das mães já passou, mas ainda estamos em maio, e não posso deixar passar esse desejo de homenagear minha mãe com um texto. Quando penso nas qualidades dessa pessoa que me deu a vida, as palavras que me vem à cabeça são: proteção, trabalho, zelo, dedicação e coragem. Dona Zenaide sempre foi muito trabalhadora e sem dúvida era e ainda é superprotetora com seus oito filhos, quer dizer, com os nove, porque adotou um nono filho, bem depois dos oito primeiros já estarem crescidinhos.
Nasceu em Breves, no estado do Pará e aos vinte e poucos anos veio para Macapá, afim de trabalhar como doméstica. Como filha caçula que era, deixou meus avós inconsoláveis com a falta que fez por lá. Mesmo assim veio, cheia de coragem e de sonhos. Ainda bem que logo conheceu meu pai, um comerciante paraense também recém chegado de Breves e que havia escolhido Macapá para morar. Logo se casaram e não foi preciso trabalhar como doméstica por muito tempo. Seu nome, Zenaide, foi escolhido por meu avô, um homem que adorava ler e conhecia muitas histórias. Pelo que me contaram, havia uma história na qual a heroína se chamava Zenaide e a vilã, Zoraide, daí...
As minhas lembranças mais antigas são de minha mãe trabalhando, cozinhando em fogão a lenha, passando roupa com ferro de brasa, lavando roupa a mão, enfim, até hoje eu e meus irmãos nos perguntamos: como ela deu conta? E olha que ainda sobrava tempo para conversar com as vizinhas, passear com a família na casa de parentes, bordar, receber visitas, fazer flores de papel para as festinhas da escola e cuidar do quintal envolvendo toda sua prole na divertida faxina, quer dizer, quem nos envolvia mesmo na tarefa era meu pai. Imagine aquelas crianças limpíssimas, que tinham um chinelo para calçar no chão e outro para o quintal, se sujarem tanto? Depois que todo mundo descia para a limpeza geral, não havia saída, o jeito era ela aceitar.
Recordo de quando nasciam meus irmãos, era muito bom, porque meus avós vinham do interior para passar longa temporada com a gente. Minha avó cuidava da mãe e do bebê recém chegado e quase todo dia matava-se um frango bem gordo para a parturiente comer. É claro que o frango ficava irresistível, talvez por ter sido feito por uma avó ou talvez, porque estava todo mundo ansioso com a ocasião. Assim, todos nós provávamos um pouquinho na maior agitação. .
E como esquecer aqueles saborosos pratos que dona Zeca sempre fez todos os domingos? É... minha mãe foi sempre dona de casa zelosa e dedicada, mas, paralelo a isso era uma talentosa costureira ( agora não costura mais...diz que cansou) . Suas costuras eram bem feitas e bem acabadas, por isso tinha muitos clientes, todos fiéis. As épocas festivas como o natal, por exemplo, era um verdadeiro sufoco lá em casa, porque havia sempre muitas encomendas e quase nunca dava tempo de aprontar nossas roupas. Lembro dela costurando de madrugada e eu, com oito ou nove anos, do lado, deitada no chão lendo alguma coisa, já sonolenta. Ela sempre me pedia que não dormisse, esperasse mais um pouco, pois já estava acabando e não queria ficar sozinha na sala. Meu pai trabalhava em um bar e chegava altas horas. Meus irmãos menores dormiam. Havia sempre um rádio ligado e algum hit da jovem guarda tocando. Tenho muita saudade desse tempo e acredito que ela também, porque eram poucos filhos (não que eu não goste da agitação atual, quando reúne todo mundo, filhos, netos e bisneta... imagine!) o dinheiro era pouco, mas suficiente, a casa andava sempre limpinha e arrumada do jeito que ela gosta. Havia um quintal grande e cercado para os filhos brincarem e, o melhor, cheio de plantas frutíferas que deixava alguns vizinhos admirados, sempre a nos pedir mangas, jambos, goiabas, pupunha, graviola ou macaxeira. Na maioria das vezes, não precisava pedir, meu pais sempre davam frutas para os conhecidos Até hoje não entendo porque esses conhecidos e vizinhos não plantavam nunca. Aliás, hoje as pessoas quase não plantam em seus quintais e quando essa nossa casa da Avenida Presidente Vargas foi vendida, a primeira providência que o novo dono tomou, foi derrubar a maioria das árvores. Voltemos, porém, ao assunto, mãe. Era tudo muito, muito tranqüilo e puro naquele tempo. Hoje, ela diz que não se arrepende de ter se dedicado ao lar e aos filhos, mas, que adoraria ter estudado para ser professora. Chegou a lecionar por um tempo no interior. Foi escolhida porque tinha a letra muito bonita. Não dá para mudar o passado, mas aqui estamos quatro filhos professores. Acho que está no sangue. Costurar ninguém quis, porém, habilidades manuais, quase todos têm. Creio que também herdamos isso dessa paraense pequena, nem gorda nem magra, morena, de gênio forte, perfeccionista, vaidosa, ciumenta, chantagista às vezes, como quase todas as mães, mas ao mesmo tempo muito sensível e amiga. Quando jovem, ela adorava dançar, mas, parou quando mudou para Macapá e se casou. Hoje a timidez a impede de dançar, porém, continua trabalhando (bem menos, é claro!) e zelando por seu lar e por sua família como sempre fez e sempre gostou.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Uma mulher pobre com uma criança no colo passou diante de uma caverna e escutou uma voz misteriosa que vinha lá de dentro e dizia:
- Entre e apanhe tudo o que desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: depois que você sair, a porta se fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal...
A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Enxergando somente ouro e as jóias, colocou a criança no chão e começou a juntar tudo o que podia no seu avental. A voz misteriosa falou novamente:
- Agora você só tem oito minutos.
Quando acabaram os oito minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas correu para fora da caverna e a porta se fechou...
Lembrou-se, então, do seu filho que ficou e a porta estava fechada para sempre. A riqueza durou pouco e o desespero para sempre. O mesmo acontece, por vez, conosco. Temos uns oitenta anos para viver neste mundo e uma voz sempre nos adverte :
_ Não se esqueça do principal!- e o principal são os valores espirituais, a vida, amizades, o amor!!!
Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais nos fascinam tanto que o principal vai ficando sempre de lado...
Assim esgotamos o nosso tempo aqui, e deixamos de lado o essencial: Os tesouros da alma!
(Autor desconhecido)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Um aMoR MaIs fOrTe dO QuE TuDo, MaIs oBsTiNaDo dO QuE TuDo, MaIs dUrAdOuRo dO QuE TuDo, É SeMpRe o aMoR De mÃe. FeLiZ DiA DaS MãEs!



RecadosOnline - Gifs de Dia das Mães é com RecadosOnline, por 3 anos sempre em 1º Lugar!


Preciso dizer que minha intenção neste blog não é contar lamúrias ou me lamentar, mas sim falar um pouco das dificuldades do dia a dia de quem sofre com o reumatismo. Também quero falar de outras coisas interessantes da vida... porque, não?! É lógico que ter uma doença grave, é algo que mexe com a gente. Não dá pra fazer de conta que o problema não existe, até porque se quisermos viver muito e viver bem, temos que enfrentar a situação, ou seja, cuidar direitinho da saúde e estar bem informado. E assim, você tem duas opções: ou senta e fica triste esperando a doença se instalar à vontade, ou enfrenta se cuida e vai viver, procurando fazer tudo que precisa ou tem vontade, respeitando as limitações impostas pela enfermidade, é claro. Creio que a segunda opção é mais sensata. Uma hora ou outra a gente descobre isso. Medo também não adianta, porque não vai ajudar em nada, vai apenas nos paralisar e impedir que a vida seja aproveitada. É lógico que esse sentimento se faz muito presente em alguns momentos. É normal senti-lo, só não podemos deixá-lo ficar no comando o tempo todo. Enfim, quero dizer que não estou aqui para ensinar como viver com as seqüelas do reumatismo, até porque não tenho receita, pois, somente há bem pouco tempo atrás foi que comecei a me informar mais à cerca do assunto. Antes, eu não ligava muito. Sabia apenas o básico. Quero simplesmente contar como convivo com tudo isso. Gosto muito de aprender e estou aqui, principalmente, para isso.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Eu e a febre reumática

Hoje vou contar como descobri ser portadora de febre reumática, uma doença que, segundo os médicos, lambe os ossos, mas morde o coração. Acho importante falar sobre isso porque acredito ter sido vítima da desinformação. Caso houvesse descoberto cedo a doença, certamente teria sido curada e não existiriam seqüelas em meu coração. Como desconhecia que tinha esse mal, vivi algumas situações constrangedoras e outras até arriscadas, justamente por desconhecer, sem falar que deixei de fazer o tratamento adequado. Só comecei a usar a medicação depois que descobri o problema, evidentemente. O mais grave, porém, foi minha irresponsabilidade, considerando que não tomava em dia o principal medicamento que um portador de febre reumática é orientado a usar, a benzetacil. Um dos motivos era a dor... êta injessãosinha pra doer, outro era o desconhecimento mesmo...eu não sabia que era tão importante fazer uso desse remédio.
Não sei dizer exatamente quando a febre reumática me pegou, mas desconfio que foi lá pelos treze ou quatorze anos, quando tive um episódio de febre que durou vários dias. Era uma febre muito alta, de doer os ossos, acompanhada de garganta inflamada, dor de cabeça e afins. Eu não conseguia engolir e salivava muito. Fui levada ao médico, que diagnosticou amidalite ou faringite (não lembro bem) e inflamação das glândulas salivares. Fui medicada e fiquei boa.
Não se falou mais no assunto, porém, na adolescência, não só eu, como minha mãe, desconfiávamos de que havia algo de errado comigo. Cansava nas atividades físicas, era indisposta, vivia com dores no corpo, principalmente na cabeça. Por essa época adorava andar de bicicleta. Pedalava bastante e um dia resolvi levar minha mãe na garupa. Cansei muito, até que minha visão escureceu. Tive que parar para descansar, porque estava quase desmaiando. Voltei pra casa arrastando a bike.
Fui levada ao cardiologista duas vezes em épocas diferentes, porém nada foi constatado. Não falavam na minha frente, mas, eu sabia que era tachada de folgada no meu primeiro emprego. Acontece que comecei a trabalhar aos dezesseis anos em uma creche, e lá, de vez em quando, a direção organizava uma faxina geral no ambiente, da qual todos os funcionários tinham que participar. Lógico que serviço pesado eu não agüentava. Geralmente parava antes da hora, o que deixava alguns colegas chateados, porque consideravam injusto.
Na escola passei por uma situação constrangedora certa vez. Lembro-me que numa aula de Educação Física, foram realizadas provas práticas para as alunas, provas essas que consistiam em mostrar para a professora as técnicas do basquete que ela havia ensinado. Quando chegou minha vez, foi solicitado que eu fizesse um cesta. Acontece que eu não conseguia de jeito nenhum. Essa mulher me fez tentar umas vinte vezes. Eu estava fazendo os movimentos de acordo com a técnica, só não conseguia acertar a bendita cesta. Ao final, eu estava super cansada e não consegui mesmo. Primeiro, eu nunca tive aptidão para esportes. Segundo, eu já era cardíaca e não sabia. Poderia ter desmaiado ou até morrido, sei lá.
A verdade é que só fui descobri que tinha essa doença aos 21 anos, quando fiquei grávida pela primeira vez. Meu obstetra (fera!) desconfiou de batimentos cardíacos estranhos e me encaminhou para o cardiologista. Bastou um eletrocardiograma para detectar estenose mitral. O medico, o competente doutor José Cabral de Castro, aproveitou para verificar se havia febre reumática e... confirmado!
A gravidez foi de alto risco. Vivia passando mal. Na hora do parto tive pré-eclampsia grave, graças a Deus, tudo foi contornado e a Andreza Carolina veio perfeita. Logo depois (o ano era 1990), prestei concurso para o magistério. Como era bastante estudiosa, passei! Fiz meu marido largar o emprego para ir comigo. Fui com esposo e filha trabalhar no interior. Lecionava em dois horários (manhã e tarde). Sempre magérrima ,indisposta e com dores pelo corpo, eu ia vivendo. Vim transferida, depois de um ano, para a capital Macapá porque havia passado no vestibular para Licenciatura plena em Artes Visuais.
O cardiologista já havia me alertado para evitar gravidez. Claro que eu nem liguei, né? Em 1992 engravidei novamente. Dessa vez tudo saiu perfeito. Eu estava com uma situação financeira melhor. O parto foi com data marcada, a Amanda Roberta nasceu também perfeita e aproveitei para fazer laqueadura de trompas. Nos anos que se seguiram eu vivi relativamente bem. Inclusive passei dois anos indo e vindo de bicicleta para o trabalho e gostava disso. Acontece, porém, que quando minha caçula completou dois anos e meio, comecei a cansar muito, ter falta de ar, era magra e pálida. Cheguei a ficar no CTI por 48 horas com arritmia. Depois desse episódio fui encaminhada para operar, em Belém, no Pará. Troquei a válvula mitral por uma bio-prótese. A cirurgia foi perfeita. Passei um ano magrinha, mas recuperei a antiga forma e fui viver.

Nessa época mudei a cor do cabelo, comecei a me cuidar melhor, meu marido andava feliz (não deve ser fácil viver com alguém que de tempos em tempos tem que operar o coração, né?!). Tem que ser alguém muito paciente mesmo, caso contrário... Uma vez, logo após essa cirurgia, me perguntaram como é que a gente faz pra ficar bonita, qual o segredo, eu respondi: a gente opera o coração! Num outro momento tive uma crise de reumatismo e tomei corticóide por quarenta dias. Engordei uns quilinhos, mas até gostei.
Então quando realizei a cirurgia em 1995, já apresentava insuficiência valvular aórtica, mas era bem leve e os médicos não mexeram. O tempo passou e apenas de dois anos pra cá é que comecei a sentir palpitações, cansaço, sensação de desmaio. Paralelo a isso eu comecei a desenvolver síndrome do pânico, o que certamente teve a ver com a complicada separação que vivi em 2003, mas essa já é uma outra história! Fui encaminhada novamente para Belém para que fosse realizada uma nova cirurgia, dessa vez na válvula aórtica. Porém, chegando lá, o cardiologista, Doutor Manesck, que foi o mesmo da primeira cirurgia, concluiu que ainda não era o momento de operar. Estou bem. E claro que sinto algumas coisas chatas como palpitações, falta de ar, cansaço, mas é só de vez em quando, então, sigo rigorosamente a medicação indicada pelo meu cardiologista aqui do Amapá e vou vivendo. Mesmo com algumas limitações, o importante é viver! Esse período em que fui encaminhada para viajar e mesmo durante a viagem, foi marcado pela forte sensação da presença de Deus em minha vida... nunca senti isso tão forte como nesse momento. Vou contar aqui o que vivenciei, aguardem!